sexta-feira, 11 de setembro de 2009


Superar limites, vencer desfaios, caminhar e não sentir o avanço, nem o retrocesso. Olhar em volta e não ver nada além de nada. Perder o sentido do que se está fazendo. Subir pra que, se nada chega? Se o esforço parece em vão?
Além do mais tem a neblina causada pelo frio e a altura.
Os obstáculos pré-planejados parecem pior do que se programou. Muito pior.

Parece sentir-se sufocado, o ar ficando rarefeito, aos pouquinhos, quase não percebe, mas seu fôlego diminui a cada passo dado.
Não parece que está subindo uma montanha, mas sim descendo um abismo. Sente-se no fundo do poço, não por se sentir mal, não uma sensação ruim. Mas a perda de sentido não é uma sensação boa.
Alguma coisa te faz seguir em frente. Talvez o orgulho, talvez a esperança. Uma força que te faz permanecer no seu caminho tropego, até que do meio do nada, no extremo da descida ao abismo, chega-se ao topo.

E você olha em volta, e percebe que o mato que cresce à sua volta, não é o mesmo mato de metros abaixo, as flores, o cheiro, o ar, que neste momento não importa tanto que esteja rarefeito. Seu suspiro é único, suas sensações são únicas. O passo é mais leve, você é mais leve, contempla à sua volta, tudo é mais bonito. Até mesmo a névoa que encobria seu olhar é mais bonita vista de cima - ela te causa paz.

Então você se lembra qual foi a força que te fez subir, qual o pensamento inicial. E tudo faz sentindo. Talvez mais sentido do que antes. Você sente.
Eis então que é hora de voltar.

3 olhar(es):

Jordana Diógenis. disse...

Esse texto me leva pro presente.
Uma forte e intensa vontade de aproveitar com energia cada momento da vida.
E nada chega, o presente deve ser feito, vivido, vivenciado!



Ai q maravilha traduzir isso, May!
parabééns, gatona! =)

Sunjix disse...

aqui tem bem mais a ver com a subida.
e eis o objetivo quando se chega.

lá, no que eu digo, me refiro exatamente a falta de pico que tem a vida. =]

Ele não encontra o fim no topo, ele simplesmente vê que não há topo algum.

Jordana Diógenis. disse...

estou adorando a sincronia entre vc e o Dante =)

textos para pensar e sentir lá dentro das palavras.