Não cobro nada do tipo "ligue para essa pessoa", "vá à casa dela", "escreva uma carta". Apenas que ame aquela pessoa em especial, e faça sentir isso. Um e-mail, torpedo, ou scrap inesperado, pessoal, brotado no coração e transmitido a outro coração, sabe? Isso é fazer sentir o amor. A pessoalidade! Não estou dizendo, contudo, que é feio ou proibido encaminhar e-mails, ou dizer "eu te amo", eu só implico com a vulgarização das coisas.
Isso de "envie de volta para todas as pessoas que ama, inclusive para quem te enviou este e-mail", poxa... poderiam terminar assim "agora pense nas pessoas que ama e faça algo para elas". Não sou contra o amor coletivo, mas vamos combinar, né? Pega uma lista de dez recados, oito estão dizendo "amo vocês"/"amo todos"... chega ao último, já tá vazio e cansativo, sei lá, talvez a pessoa se sentisse na obrigação de amar de volta.
Não estou com isso duvidando da boa intenção e do amor de quem teve a ideia, e de muitos que mandaram, mas sinceramente? Não acredito em tudo não.
Na psicologia, às vezes a gente discute sobre essas coisas, "obrigação de amar", é esquisito, não é? Mas é assim mesmo. É abominável uma mulher que não queira criar a criança que pariu, uma mãe/um pai que ame mais um filho que ao outro, uma pessoa que prefira viver isolada das outras, alguém que deteste publicamente algum de seus parentes. Há quem diga que não amar causa câncer. Mas ser obrigado a amar também não causaria?
O amor deveria ser motivo de orgulho "oh... ele me ama!" não uma coisa banal "ah... ele me ama.", deveria ser algo extraordinário, que fizesse sentir especial.
Não sei. Dizem que amores vêm e vão como uma estação, mas e quando ele não chega a durar nem uma estação, me diz? Eu sei, eu sei, a gente se engana, o mundo gira, muita coisa muda e acontece, pode haver amores que durarão menos tempo sim, mas tais casos deveriam ser exceção.
Não diga "eu te amo", viva o amor.