terça-feira, 25 de junho de 2013

Me usa, me solta, me amassa e me ignora.
Finge que teme, mas só me amola.
Fica de lado, me deixa, me enrola.
Deita do lado que já passou a hora.
Me quer, me ignora e some.
Agora quer que te encontre?

terça-feira, 11 de junho de 2013

Every morning

Todo dia me deparo com a potência do que poderia ter sido, mas não foi.
Todo dia, quando um novo dia nasce, milhões de portas e janelas se abrem, mas eu escolho apenas uma - sempre a mesma - que sei por onde ir e pra onde vai.
No fim, não tem tanta novidade - e me torno um tanto quanto previsível, mas eu gosto assim.
Sinto o cheiro bom do mesmo café ruim, e isso me dá conforto, me faz sentir perto de casa, pra onde eu nunca mais fui.
Não me lembro qual foi a última vez que vi aquela rotina, e aquelas pessoas. Tudo tão novo e ao mesmo tempo, tão velho.
Já não sei mais do que sinto falta.
Seu cheiro? Já não me lembro mais. Nem mesmo seu sabor, e acho que isso já não importa.
Todo dia me deparo com a potência do que poderia ter sido, mas não foi.

domingo, 2 de junho de 2013

E que quando o tempo nos disser que não nos resta mais tempo, que ainda nos haja tempo de ficarmos ao menos mais uma eternidade.

sábado, 1 de junho de 2013

Fuga nº11

E quando me vir andando distraída, siga-me longe e silenciosamente, para que eu não perceba que estás por perto, mas ainda assim sinta que estás comigo.
Aponte-me uma estrela. Assim, quando por acaso me perder, saberei me achar.
Se eu vier a te mandar um torpedo de madrugada, respondas que sorriu. E se por ventura eu estiver ao teu lado, toca-me e sorria para mim.
E se eu acordar no meio da madrugada, não me segures se eu for embora. Porque, se deixardes a porta aberta, pode ser que um dia eu volte...