domingo, 20 de março de 2016

Já faz uns dias que você me invadiu de novo. Costumava sentir uma falta alegre; eu sorria ao lembrar de você. Com o tempo a saudade foi se tornando um vazio insuportável, e quase todas as vezes eu chorei, até que resolvi que não queira mais. Lutei incansavelmente contra mim e consegui te esquecer. Até que você chegou perto uma vez.

Na ocasião fiquei estarrecida, não soube agir, senti o nó crescer na minha garganta e só pude lamentar a surpresa desagradável. Não digo desagradável pela sua volta repentina, mas pelo jeito que fez acontecer. Por dias fiquei cantando aquela música que fala sobre a surpresa da sua volta e de novo eu chorei.

Estava aberta a temporada da sua volta e eu não estava preparada. Semanas depois, outra surpresa, eu te vi. Eu não estava preparada pra te ver, não soube agir. Senti raiva, segurei o choro, tentei ignorar.

Hoje fui num dos nossos lugares, tanta coisa passou na minha cabeça... Fomos felizes ali, você lembra? Você recebeu uma boa notícia e estava radiante. Foi a primeira vez que te vi leve de verdade. O tempo todo eu quis que você estivesse ali, quis dizer que sentia sua falta, mas fui forte. Sei que pra você não faz diferença e sei que pra mim deveria ser assim também.

Não sei onde tudo desandou, mas tenho medo de um dia você se materializar na minha frente, só nós dois, sozinhos, como costumava ser. Como era quando eu contava os dias. Não quero esquecer como esse fim amargo me fez mal, mas eu sinto que preciso.