sexta-feira, 5 de junho de 2015

Dentro da angústia do medo, um silêncio
No silêncio, a jura não confessada
E por não confessar, a perda.

Será sempre assim?
Fadado ao fracasso
Esse amor sem fim

Será... Seria
O que poderia ser e nunca mais foi.
Nunca mais foi ou nunca havia sido?

Não sei.
Jamais saberei.
Mas pelo silêncio, jamais seremos.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Era um pingo de nada, no meio do nada e que não sentia nada.
Já havia sentido muito, mas com o tempo perdeu a importância... Simplesmente se acostumou com o não ser. Com não ter nada, em se sozinha.
Ninguém se acostuma a ser sozinho. As pessoas apenas deixam de ser incomodar, se acomodam.
Foi difícil começar uma nova manhã, mas seguiu em frente. Tinha enfim uma esperança de deixar de sentir o peso do vazio que é ser sozinha. Percebeu que o fardo podia ser sua missão. Um coração tão grande não pode ficar preso num cais. Ele precisa se doar, ser para todos para estar em paz.
Por hoje isso era o suficiente.

sábado, 23 de maio de 2015

Se você segurar a minha mão, certamente eu irei mais longe. E quando eu estiver cansada, eu sei, terei você para me pedir para aguentar cinco minutos mais, e depois mais cinco, e mais cinco. Não será sacrifício fazer algo que eu não goste, porque vou gostar de tudo, simplesmente porque terei você ao meu lado.

E quando você tiver ido embora, ainda sentirei o calor da sua mão na minha, e lembrarei que não estou sozinha.

Se você vier, se nossas mãos se encontrarem...

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Sobre a gratidão

E então foi feito o exame. De uma forma muito mais legal do que eu imaginava... Foi legal porque tinha gente querida, porque tinha carinho. Porque tinha coisa boa no meu trabalho sim, mas porque o que podia ser melhor foi dito de forma amena, delicada. Porque todas as considerações foram feitas por pessoas que eu considero bastante, e acredito que tenham muito potencial para me ajudar a crescer.

Sou grata a todas elas. Sou grata àquele momento. Sou grata à minha qualificação.

Nesses últimos dias tenho estado iluminada. Me sinto leve e sei que não é só pela qualificação, mas pela gratidão. Essa é a palavra que fica na minha cabeça todos os momentos em que penso naquela segunda-feira de manhã: Gratidão. Me sinto feliz por saber reconhecer as coisas boas e valorizar as pessoas que estão envolvidas. É um ótimo exercício.

terça-feira, 28 de abril de 2015

A beleza do mundo que gira em torno do SE.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Bricadeira de faz de conta

Só de fingimento, deixa eu pensar que o tempo ainda não passou, que ainda somos dois meninos e temos o gostar mais puro e inocente. Um gostar bruto, tal como é o diamante, e por isso tão resistente, tão bonito. Ao mesmo tempo, um gostar sutil, só de nós dois.

Deixa eu fazer de conta que você é a mais doce realidade, que nem nos meus sonhos mais secretos eu poderia imaginar ter - e eu imagino.

Só de brincadeira, diga-me que nada mudou, que todos os nossos desvios foram apenas desvios, mas que você sempre teve certeza de que nossas histórias se entrelaçariam de novo, e de novo e quantas vezes mais fosse necessário para convencer o destino de que deve ser assim.

Deixa eu fingir que vou me preparar para um novo primeiro encontro, e me apresentar como aquela menina que virou mulher, que agora sabe onde vai, e conhecer aquele menino que virou homem, e que agora tem um mundo de coisas pra contar. Faz de conta que eu posso descobrir você.

E se puder, que seja verdade.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Amigo secreto

Venha, venha! Depressa!
Olhe o que o dia nos reservou: este pôr-do-sol belíssimo e uma noite que promete ser estrelada.
Você promete que ainda estará aqui quando eu acordar?
Ontem fique te esperando... Você não veio.
Por que me escapas assim, sem que eu perceba, bem quando me sinto segura para me deitar sobre seus braços?
Por que ficas comigo assim, pelos meus dias, e quando vem a noite você vai embora?
Sem você eu fico pensando, pensando, pensando... Faço suposições absurdas, sinto saudades indevidas. Por que você simplesmente não vem e fica comigo?
Se você vier, meu amigo, não serei subversiva, muito ao contrário, ficarei quietinha, farei sua vontade.
Não faças isso comigo, deixe-me ver quem está longe, aquele que aquece a minha alma, mesmo sendo uma ilusão. E quando o dia chegar, meu amigo, por favor, não vá embora de repente. Faça-me sentir que foi pra sempre, que não teria fim e que foi recíproco.

Venha, Morfeu. Por favor, me faça dormir...

sábado, 28 de março de 2015

Nós

O que teria sido de nós se não fossem os nós?  E se não tivéssemos desatado os laços de tudo aquilo que nos juntava.

O que teria sido de nós se não tivessem os nós?  O nó da garganta de tudo o que eu queria ter dito e nunca disse. O nó de cada choro chorado ou engolido.

O que teria sido de nós se fôssemos nós ao invés de tão sós?

quarta-feira, 4 de março de 2015

Dia da Mulher*

Mulher frágil
Mulher guerreira
Mulher que suporta...
Qual delas és tu?

Mulher bonita
Mulher sábia
Mulher que chora...
Todas elas és tu

Mulher amável
Mulher submissa...
É também o que esperam de ti?

Mulher, mulher...
Não importa as circunstâncias,
Não esqueças o que tu és.





* Nesta data em que tanto se comemora, muitas vezes nada se conquista. Ainda há mulheres que choram, ainda há mulheres que apanham, ainda há mulheres que morrem e aquelas que não podem mais viver. 

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Brincando

E naquelas brincadeiras, eu costumava gostar de você.
Gostava de fingir que estava apaixonada
Gostava de dizer coisas bonitas e te deixar sem graça.

E naquelas brincadeiras, e costumava dizer que não ligava.
Gostava de te ver confuso
Gostava de dizer que te enganei pra te deixar feliz.

Gostava de discutir o futuro
Gostava de celebrar o presente
Gostava de lamentar o passado perdido
E naquelas brincadeiras, eu costumava compensar todo o tempo.

Gostava de pensar que o tempo não passava.
Gostava de dormir no seu abraço
Gostava de acordar ao seu lado
E naquelas brincadeiras, eu costumava fingir que era de verdade.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Maria

Hoje me perguntaram de você.
Se te conheci, se me lembrava...
É claro que eu me lembro!
Faz quase 22 anos, mas ainda me lembro.

Perguntaram como você era.
Contei que era incrível, cheia de vida, um amor.
Então pedi que rezássemos outra Ave Maria em sua memória.

Seus quatro netos mais novos...
Acho que foi a primeira vez que chorei a sua partida.
Falava do quão maravilhosa você era,
Falava sobre quando a gente brincava.

Tentei fazer não perceberem que eu chorava,
Mas, no fundo, eu estava orgulhosa.
Senti orgulho porque dentre aqueles olhinhos sem memória eu tinha história pra contar.
Porque mesmo sem te conhecer, um desses olhinhos se lembrou de você.

Senti saudade...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Porque, porque, porque

Porque depois quem acordaria destruída seria eu.

Porque pra você e seu cinismo é sempre muito fácil, sempre foi assim. Mas tenho que conviver com o peso da culpa a dois, da desculpa.

Porque mesmo sem querer e sobretudo sem poder, me pego te esperando, e olhando a janela, e vigiando o telefone - aquele que ninguém pode ver. E minha espera é sempre em vão.

Porque finjo te tratar com indiferença, como se fosse apenas mais um - mas nunca é. E tenho que fingir que nunca foi o que todo mundo já sabia.

Porque é o álcool, mas nunca culpo o álcool, porque o desejo sempre existiu.

Porque é apenas desejo, mas a mente não deixa seguir o impulso do corpo, porque pra mim não é só carne. Mas também não é amor. Nunca foi amor, ao contrário, sempre foi uma expectativa de fuga do amor.

Porque apesar de tudo, sempre vai ficar no ar...