quarta-feira, 30 de setembro de 2009


"Eu sempre quis te contar sobre os mistérios que pairam no ar". (A escola - Anderson Chokolate)

Muitos mistérios.
Muito ar.
Será mesmo que eu sempre quis te contar?
Pior! Será que você sempre quis ouvir?

Sempre tive muito a falar, pouco pra contar, poucos pra ouvir. Ao mesmo tempo, sempre tive muito a ouvir. Queria ouvir mais sobre os mistérios... Gosto dos mistérios.

Aliás, quero descobrir os mistérios que pairam no ar.
Sem dúvida vivê-los deve ser muito mais emocionante do que ouvir sobre eles!

Desde pequena, ouço de uma tal "volta da caviúna" onde coisas estranhas acontecem, e é lá na roça, no caminho ao pedacinho de chão da minha avó que isso acontece. Segundo fontes, coisas recentes aconteceram lá... Nunca fui. Pretendo conhecer o local dentro das próximas vezes que visitar os parentes.

Só acho engraçada a forma de temermos o desconhecido...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009


Fotos...
existem muitas delas na minha parede, outras tantas em dvds e ainda em arquivos no computador.
Mas em especial existem fotos na minha parede.
Fotos que representam momentos, emoções, vidas.
Marcando pessoas especiais, evocando pessoas queridas...
As vovós, o avô, o biso e as bisas... minha infância querida.
Aprender a dar cambalhotas, ser punida por brincar de barro ou de mangueira, mas mesmo assim, ser a bisneta querida, a que nem mesmo a esclerose conseguiu fazer esquecer. Pedir a benção antes de entrar em casa, pedir com direito a beijo na mão e tudo o mais! Ato contínuo até a última visita.

Carinho...
Tantas pessoas guardo na minha mente, tantas lágrimas de lembranças perdidas. Sorrisos congelados e principalmente história pra contar.

A noiva ainda solteira, a escola antiga, os amigos que permaneceram, o grupinho de amigas que por coincidência gostava da mesma banda, os primos, as caretas, a história da cidade, as partes cariocas, paulistas e mineiras. Meu Espírito Santo...
Praia, cachoeira, rua. Festa, casa, parque e janela.

Janela da minha alma. Alma da minha vida. Vida da minha história. História do meu passado. Passado coletivo.

Fotos.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Terrívelmente impossível forçar um pensamento.
Por que poemas são difíceis também?
por que pior que pensamentos, eles não vêm?

Começo a entender a lógica do domínio ao pensamento e não à imaginação.

O pensamento pode muito bem vir aos pedaços, e tranquilamente minha mente coordena os passos seguintes.

Já o poema...

Um verso, uma estrofe.
Nada mais.
Nada mais e nada faço.

Nada completo.

Pequeno verso
Sem rima
Sem acesso

Calados e falantes
Quietos versos
da menina saltitante.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Fim de semana


Deveria ter passado um fim de semana "normal", sábado até 12h (aproximadamente): dormir; família, grupo de jovens, lar-família-cozinha. Domingo morgar o dia inteiro, talvez ler alguma coisa, a noite missa e reunião de família.

Mas meu destino mudou as 22:53h de sexta. Meus pais voltam da Igreja, e incisivamente meu pai fala de uma tal terapia de qualquer coisa familiar (que não me era nada familiar), com um psicólogo muito bom*, que tinha dado uma palestra pra eles (meus pais). "Você sabe o que é terapia da constelação familiar?" irritante e insistentemente perguntava meu pai. "Pois bem, vai acontecer este fim de semana e acho que seria muito interessante que você fosse pra aprender algo, observar. Pode ser muito bom para a sua carreira e acho que você vai gostar de ir..."

Enfim, resolvi aceitar mais para agradar o bom e velho velho [e pra acabar minha perturbação], do que pra saciar minha curiosidade que nem estava lá tão excitada.

Pra quem dizia que só praga de mãe que pega, pois saiba que a de pai funciona bem também, por isso, leve o casaquinho também quando ele disser que vai esfriar!

Me amarrei no workshop, tanto que mês que vem estarei eu de novo lá, dessa vez assistindo ao Padre como terapeuta, e, se tudo der certo, constelarei também. E vai que... é... deixa pra lá.

*psicólogo muito bom: concepção de um pai dedicado que viu uma palestra de poucos minutos de um psicólogo desbocado. Na verdade, ele é bom sim.
** para saber mais sobre terapia da constelação familiar sistêmica

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

"Faça uma boa ação por alguém hoje" sorte do dia do orkut.
Já pensou que talvez eu queira fazer algo por mim?
Não sei... fico vendo essas construções sociais de hoje em dia, que transforma em algo totalmente feio (assim nos dizem desde criança) as coisas que nos dizem respeito. Coisas do tipo assim: "é feio ficar só falando bem de você" (gabar-se, não ser humilde); "é feio não dividir o lanche com o coleguinha", "é feio você chegar ao local duas, três horas antes pra conseguir sentar e não dar o seu lugar para a velhinha que chegou 23 minutos ATRASADA", "é feio pegar o maior bife da bandeja se falta gente para servir-se ainda" (mesmo se você está com uma puta fome e tem uma magrela que nem o outro bife comerá).

É tudo pelos outros, outros e outros.
Não posso sair da palestra porque o palestante italiano sentir-se-á ofendido, não posso estudar porque devo deixar que o mundo a minha volta se acabe em gritos, não posso fazer trabalhos porque tenho que dar atenção à minha mãe, ao irmão, à casa, à comida que deve ser preparada, à visita que acaba de chegar, à conferência que colocou no ar 5 tios conversando sobre nada.

Tudo pelos outros.
Sempre os outros.

Já parou pra pensar se pudessemos ficar no "faça uma boa ação pra você hoje"?
Ah claro, é feio pensar nisso.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Pensando de volta pra casa


Entre sonetos e sinetas e canto...
Movimentos rápidos... involuntários, automáticos.
Insights, luz, ação!
A cidade passa. Eu fico parada... e eu ando.
Eu busco... eu sinto... lugar nenhum.
Qual a nova distração?
Quem é a nova distração?
Qual o medo? Qual mico?
A multidão: para...
Eu: passo... e fico. Não caminho... perco.
Pessoas olham e não entendem. Elas fingem... elas fingem e eu minto.
Minto e medo.
Pensamentos... pensamentos não têm dono. Não têm voz. Não se expressam. Imagens abstratas, nomeadas com a linguagem. Cognição...
A cognição fica na minha mente. Processos de cognição embalam meus pensamentos agora.
É viagem.
É verdade.
É pensamento.
É ilusão.

Pensamentos no coletivo


Ou seriam coletivo de pensamentos?
Ou ainda pensamentos coletivos?

Enfim.
Surgiram várias ideias enquanto estive vagando as ruas da cidade, e na falta de oportunidade de postá-los na hora, coloquei-os nos racunhos do celular pra desenvolver depois.
Mas seria um crime desenvolvê-los depois, tirando toda sua pureza.

Talvez eu poupe alguns...

[1]
Desejar esquecer as coisas é saudável. Faz bem. A faculdade de perceber não é a mesma que guarda, ou seja, percepção não memoriza nada. Se assim o fosse, a mensagem seguinte que deveria ser recebida, percebida, seria alterada pela imagem recém-adquirida na última percepção. Guardar coisas na memória não significa ficar relembrando...
Dae, se realidade é percepção [sim, ela disse], posso concluir que memória não é realidade.
De alguma forma isso faz sentido pra mim...
=]

[2]
Eu só queria um abraço agora, e nem precisava ser o seu. poderia ser o de qualquer um, mas por que não o seu?
Detesto concordar com você!
Mas é que na teoria é tão simples cortar o ciume, condenar os outros e tudo o mais. Talvez seja a hora de pagar a minha língua, mas só talvez. Saber eu já sabia, mas aquilo não ficava na minha cabeça, mas não precisava ver também. Durante a viagem, não houve um segundo sequer que eu não fechasse os olhos e visse aquela cena. Pior é não saber se vai ou se fica.
Suas respostas cheias de nada, suas propóstas vazias de tanta promessa, não me sustentam mais.
Suas promessas cheias de futuro não me apetecem mais. Dae fico ouvindo a música que diz que a porta vai estar sempre aberta. Não. Não estará! Não sou nenhum tipo de brinquedo ou programa que fica em standby esperando pela atenção do usuário.
Mas de qualquer forma, detesto concordar com você...

[3]
De todas as coisas, por todas as coisas.
Pelo que disse, pelo que direi.
Digo o que digo,
Faço o que faço.
De tudo que fiz
Pelo simples prazer de dizer oi...

[4]
É que o que se repete com frequência perde o efeito.
Suas falas já não são tão entorpecentes, minhas ideias não me expoem a acessos de euforia.
Conte até cinco, coloque uma vírgula no lugar do ponto e faça diferente...

[5]
Medo de dar a resposta errada

[6]
Certas coisas do passado me invadem os pensamentos de quando em vez.
Ascenar para o carro e me esconder depois. Como se fosse algo que eu fizera de errado. E os gritos estridentes risos dispensados pela correspondência do asceno.
Devia ter usn quatro ou cinco anos.
Era um sinal de apresso pelo desconhecido.
Hoje um menino me ascenou no trânsito, e o que eu retribui?
Nossa.
As vezes custa a vir um pensamento. A falta deles é angustiante, mas a chuva de pensamentos, cara, é loucura!
Não sei, começo a pensar nos termos que uso, de repente altamente inadequados, talvez tão inadequados quanto escrever palavras complexas, cheias de letras, que os meus dedos afoitos pela chuva de ideias insistem em errar.
Não são nem 9 da noite, e sinto que não sairão frases conexas desta vez. Mas e daí?
É tudo só uma introdução do que ainda virá. Hoje!

Fazia muito que eu pensava em como pensar no meio da rua sem perder o meu pensar. E isso acontece muito!
Perder os melhores pensamentos, as ideias mais puras, porque são aquelas que nascem tal como a imaginação, e não temos controle sobre. Pensamentos apenas são. E não importa para mim se são pensamentos ou imaginação, se são coisas diferentes, se são iguais, se um sabemos que não podemos controlar, porque simplesmente acontecem, ou se o outro nos dá a pseudo-impressão de poder controlar.

Mas o que se pode controlar?

Tenho pensado muito nisso: controle.
O que se pode controlar e o que não se pode. E o que se pode, será que realmente podemos?
Novamente penso qual a minha necessidade de controlar, ou qual o medo de ser controlada. Tudo isso no sentido mais ínfimo e mais amplo.

Mas estou falando de pensamento. Tal como a imaginação, não posso controlá-lo! Ele simplesmente vai para onde quer ir. Foge e volta, vem e vai. Tanto faz que me desfaz, me deixa confusa, não me deixa.

Pensar.
Que coisa mais estranha.
Que coisa mais confusa.
Que coisa mais sem nexo.
Que coisa mais espetacular!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009


Superar limites, vencer desfaios, caminhar e não sentir o avanço, nem o retrocesso. Olhar em volta e não ver nada além de nada. Perder o sentido do que se está fazendo. Subir pra que, se nada chega? Se o esforço parece em vão?
Além do mais tem a neblina causada pelo frio e a altura.
Os obstáculos pré-planejados parecem pior do que se programou. Muito pior.

Parece sentir-se sufocado, o ar ficando rarefeito, aos pouquinhos, quase não percebe, mas seu fôlego diminui a cada passo dado.
Não parece que está subindo uma montanha, mas sim descendo um abismo. Sente-se no fundo do poço, não por se sentir mal, não uma sensação ruim. Mas a perda de sentido não é uma sensação boa.
Alguma coisa te faz seguir em frente. Talvez o orgulho, talvez a esperança. Uma força que te faz permanecer no seu caminho tropego, até que do meio do nada, no extremo da descida ao abismo, chega-se ao topo.

E você olha em volta, e percebe que o mato que cresce à sua volta, não é o mesmo mato de metros abaixo, as flores, o cheiro, o ar, que neste momento não importa tanto que esteja rarefeito. Seu suspiro é único, suas sensações são únicas. O passo é mais leve, você é mais leve, contempla à sua volta, tudo é mais bonito. Até mesmo a névoa que encobria seu olhar é mais bonita vista de cima - ela te causa paz.

Então você se lembra qual foi a força que te fez subir, qual o pensamento inicial. E tudo faz sentindo. Talvez mais sentido do que antes. Você sente.
Eis então que é hora de voltar.

sábado, 5 de setembro de 2009


Amanhã cedo viajo, deveria estar arrumando minhas malas, mas a lua está tão bonita e eu estou no computador.
Quanta coisa sem lógica, quanta incoerência, incostância, intolerância.
A vida vai passando lentamente, e eu aqui parada, você aí parado.

Inércia... é... eu me lembro dessa lei. Tudo tende a permanecer em seu estado inicial até que algo, ou alguém imputa alguma força que altere sua constância.

Aliás, a constância... que coisa mais monotoninha pra se praticar gente!
Todos os dias os mesmos horários, os mesmos cardápios, as mesmas pessoas... quem não cansa? Dae vale a importância das aulas de francês, ballet, natação, karatê, flauta doce e a reunião semanal para jogar poker. Realidades diferentes, pessoas diferentes, quebra da monotonia diária. A constância passa a ser semanal. Boa para criar hábitos.

Uma caixa cheia de doces, doces que não se findam. Seus favoritos. Daquele que você poderia comer na medida da unidade de medidas muito extensas (o "pra ca**lho") que não enjoaria. A tal caixa não precisa ser de doces propriamente ditos, pode ser salgados, pessoas, pessoa, sensação, enfim, qualquer coisa que apreciaria. Poderia viver aquela sublimação (de estado sublime, não mudança física) que ela nunca se acabaria. E a emoção de poder acabar a qualquer momento?

Muitas vezes saber que é finito é que dá a graça, o gostinho especial do último gole, por saber que vai acabar e por isso deve ser aproveitado.
Instabilidade dá sentido à vida. Dá graça, equilíbrio.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Droga!
Queria escrever, mas fui achar a foto e acabei perdendo a inspiração. Pequenos detalhes, detalhes que nada contam, contentam ou existam, detalhes capazes de arruinar tudo.
Eu só queria falar da minha vontade de olhar a lua! Fazia uma lua bonita lá fora, mas o medo não me deixou parar no meio da rua, a mercê da sorte para observá-la.

Enfim, cuidado com os detalhes.
Detalhes ínfimos
Pequenos detalhes, detalhes que nem contam.
Detalhes inúteis e desimportantes.
Nada é só um detalhe.
Detalhes fazem a diferença.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009


Só pra constar, algum dia eu cobrei algo de alguém?
Eu exigi algo além do que me podia ser dado?
Não to dizendo que me conformo com pouco, mas pouco pra mim não é bobagem também.

Agora já são 1:15 da manhã, e logo mais devo me encontrar no anatômico para pintar crânios! Eu deveria estar dormindo, mas não consigo. O coração bate apertadinho, e eu sei por que, sei o motivo que o faz bater apertado, mas não sei denominar isso.
Disso tudo, só consigo prever duas coisas (é, eu tenho esse lado que funciona as vezes): surtos egocêntricos e uma noite não dormida, perdida em pensamentos, pensando no passado, presente e futuro.

Realidade é percepção, percepção não é memória, logo memória não é realidade!
Algo viajante, estilo efeito borboleta, mas é verdade. Sempre detestei o filme, por acreditar que se fosse isso possível (mudar o presente reescrevendo o passado) era uma forma covarde de viver. Entendo hoje que mais uma vez estava certo quem me disse - acho que foi um professor de literatura do cursinho - que rejeitamos algo que não compreendemos. É muito mais fácil dizer que o autor, do que quer que seja, é um inútil, viajante, ou tem péssimo gosto, do que admitir que não consegui chegar à mensagem da obra.

Pois bem, percebi hoje, que a partir deste exagero, alguém tentou me provar o que só entenderia quase que exatamente 4 anos mais tarde, depois de uma aula de processos cognitivos: memória não é realidade! Tudo o que é revivido pelo sopro da memória, passa pelo crivo dos nossos desejos, e a eles é subjugado. A forma de trazer à tona determinada situação, pode mudar completamente o mocinho e o bandido, pior: cria ódios que não existem.

Até pouco tempo atrás eu fui vítima da irrealidade da memória, carregava uma ojeriza da mocinha, de um constructo por mim elaborado. Enfim, mesmo percebendo que meu constructo nada tinha lógica existencial, não tive vontade de trocar mais do que duas ou três palavras com ela.

Mas continuo pensando... esse me acompanha há tempos, qual é o meu problema? Qual a minha complexidade? Por que me ponho numa armadura, que me faz ficar longe do coração? As vezes penso que devo dar razão à todas as pessoas que um dia se espantaram ao me ouvir dizer que não me apaixonei, ou poucos arrancaram isso de mim (suspiros de paixão). "Como que uma menina de 19 anos não se apaixonou?!" pfffffffff já ouvi muitas vezes. Ainda estou decidindo se na verdade eu simplesmente separo as coias, ou se realmente o calor da minha mão significa um coração frio.

Não sei... sei que isso tudo me priva de sonhar demais, de correr o risco de cair, e me machucar. Quando eu disse que era forte, que nao deveria sentir-se mal por ser por uma só vez, que isso não me machucaria, não estava mentindo. Muito embora cada vez pense que deveria ser o contrário, ser sozinha me é interessante, talvez conveniente seja a melhor palavra.

Pior que não existe melhor palavra, não há mais o que explicar, nem o que eu queira dizer.
Escritos que fiz na aula de personalidade, que realmente não têm sentido:

[1]
Ser porque te sinto
Ser porque te sou
Viver porque me vivo
Te ver porqeu meus olhos
Você reflexo de mim
Existe porque te desenho
Se do sonho acordar
Não mais existirá.

[2]
Sua verdade é tão persuasiva
Sua mentira é sua verdade
Que convence e toma
Que tira e arranca
Arranca dilacerando
Arranca matando por dentro
Quem me obriga a acreditar?
Quem diz aos outros que assim deve?
Por que fez assim? Por que é assim?
Por que? Por que?
Quando se acredita na verdade de outrém
Quando se espera algo de outro.
A queda dói.
A queda magoa.
Verdade. Verdade sua
Verdade minha
Mentira que é verdade
Verdade que se faz mentira.
É fácil?