quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Sobre as verdades

E você me beijar a testa e contar uma história bonita antes de eu  dormir, e depois sonhar com ela...
Aquelas histórias sem compromisso com a verdade, mas que fala justamente da minha vida, sobre eu e você, sobre nós. Por que  é tão difícil pensar em nós? Sonhar com a gente,  encontrar você?

Às  vezes confundo seu rosto, mas logo percebo que mais uma  vez foi um erro. Não sei quanto tempo mais estou disposta a errar. E é difícil pra mim admitir que errei, que sou uma notívaga a sua procura, e nem ao menos consigo saber ao certo o que procuro. Até bem pouco tempo atrás, tinha a vantagem  de ao menos saber o que eu não procurava,  tinha  essa certeza, mas agora, nem isso sei. Só sei dos meus erros e nem sei se os escondo. Parei de esconder as coisas: minhas  vontades, desagrados... Mas não parei de esconder meus medos, muito embora tenha gente que os conhece muito bem.

Ainda não parei de fingir. Fingir é uma forma de fugir, mas eu não  disse que agora eu tenho coragem. Aliás, essa é uma das coisas que finjo ter. E nem sei se finjo tão bem assim. No final, sempre fujo...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Daquilo que não vivi

Desde domingo último tenho amargurado numa saudade dura daquilo que não vivi. Tudo começou com um sonho que minha mãe teve, sobre meu avô, sobre ele partir pra um lugar distante, sem dizer onde, sem voltar, sem se despedir. Lembrei de quando sonhei com ele, por volta dos sete anos, meu avozinho... Eu acho que ia gostar dele. Eu construí a imagem de um avô e dei pra ele - uma imagem que me agrada muito. Não sei se seria assim caso eu o tivesse conhecido, mas mesmo assim, sinto uma saudade dele...

Construí outras imagens e distribui à pessoas por ai. Pessoas que não conheci direito, mas que mesmo assim, sinto uma vontade enorme de tê-las por perto. Uma saudade que não dá pra explicar. Um sentimento de que se ela estivesse por perto, tudo ia ser diferente e eu iria experimentar momentos de conforto e felicidade.

Sim. Sinto falta do conforto e da felicidade. Sinto falta de me encontrar por ai, de me ver nas pessoas. Ou nada disso. Acho mesmo é que sinto falta de me perder por ai e encontrar as pessoas que irão preencher o vazio causado pela minha ausência. Penso que às vezes me construo auto-suficiente demais. Ao mesmo tempo, me vejo tão dependente das pessoas. Tão carente de um abraço, de um afeto. Qualquer prazer me diverte, como diria meu padrinho. Qualquer sinal de afeição e eu me derreto toda. Faz até graça.

Mas ainda assim, sinto uma saudade do não vivido que não dá pra explicar. Saudade não sei de quem, não sei de que. Talvez seja ela pra você.