terça-feira, 29 de junho de 2010

A saudade em mim agora
a saudade me devora
e me apavora
e não tem ora
se foi antes ou agora
no fundo, só a saudade importa.
Se foi mágoa,
se foi apenas um estrago
vista numa foto que trago
que me lembra seu afago
É tudo que me traz essa saudade
e tudo que me invade
que me faz sentir covarde
por esconder aquilo que no meu peito arde.
Mais cedo ou mais tarde,
só saudade.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Se meus versos não fossem tristes
Se meus risos fossem comuns
Se meu silêncio se fizesse ante ao seu
Poderia eu afetar você?

Se eu não te buscasse em cada verso escrito
Em cada poema lido
Em cada passo perdido
Poderia eu encontrar você?

Se minha reza não fosse forte
Se meu santo não ajudasse
Se não fosse a minha sorte
Poderia eu chegar até você?

Se não fossem os meus sonhos
Se nçao fosse nos meus versos
Se não fosse nas minhas teorias
Poderia você chegar até a mim?

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sinais

E eu que já tinha visto tanta coisa
Pensei que já soubesse identificar os seus sinais.
E eu que já esperava que viesse
Fiquei como uma criança que espera o presente, esperando seus sinais
Eu que já pensara tanta coisa
Sonhei noites e noites com o vazio, interpretando seus sinais
E eu que já correra tantos riscos
Fiquei sem saber se corro ou se paro, olhando seus sinais.

domingo, 20 de junho de 2010

Janela do passado

Lembra aquela menina de franjinha que adorava brincar com a lenha do fogão?
Aquela que cuidava dos gatinhos, entrava no galinheiro pra atentar as galinhas e escolhia a fruta mais alta do pé pra pedir pro primo?
Pois é...
Ela continua existindo...




 *valeu Jorda! :)

sábado, 19 de junho de 2010

Janela de ontem

Caramba!
Uma visão do passado me ocorreu agora, de uma coisa que era gostosa que só.
Não, não ando nos meus dias saudosistas, pensando em como o passado era bom e o hoje é uma porcaria... penso que se se tivesse parado nos 6 ou 14 anos, talvez tivesse ficado no plano do mais fácil, mas o campo da experiência, esse jamais teria sido  afetado da forma que foi.

Sim, posso considerar que meus 15 anos em diante foi uma graaaaaande revolução na minha vida. Sabe... o CEFETES (antigo ETEFES, atual IFES, meu eterno CEFETES), tanta coisa mudou aos pouquinhos lá, tantos "baques", deixar de ser a aluna número um da turma, compreender que as pessoas podem sim discordar da minha visão de mundo, saber que trabalho apresentado não é sinônimo de nota máxima, descobrir e aceitar que gays estão ao meu lado o tempo todo, e eu não preciso olhar com cara de nojinho, nem imaginar que gay é um homem vestido de mulher ou uma mulher vestida de homem.

Não sei se todas as mudanças (ou grande parte) foram obra de um novo estágio do desenvolvimento segundo a teoria de Piaget, ou se eu só aprendi, ou se eu só cresci.
Enfim. Veio a UFES, sem esquecer do cursinho, e pá... o que foi o cursinho... acho que nunca me levei tão a sério na vida... e ao mesmo tempo, acho que não deixei de ser divertida! Uma vez uma coleguinha virou pra mim e disse "A sua sorte é que você é nerd, May. Se não ninguém te levaria a sério, que nem o fulaninho lá"... po... eu acho que fiquei contente e aceitei como elogio, apesar de ela ter-me chamado de idiota.

Agora sim, UFES... o mundo se abriu de uma forma que jamais tinha visto igual, e sei que ainda tem muita coisa que está por vir... Tantas mudanças, tantas crenças novas, ideias, composições e decomposições, verdades e inverdades, pensar diferente, agir diferente, ser congruente. Tudo muito novo, tudo muito igual...

Mas na verdade, eu queria falar do passado beeem passado mesmo, que foi o que eu vi quando falei no orkut sobre aparecer na janela pra eu falar um oi... Cara... minha infância! há!

Lá no prédio, aquele da rua do Vintém, que foi da minha infância... do qual eu chegava lá do playground e gritava ao andar mais alto que a voz chegasse: "DEEEEEEEEEEEEEEEEEESCEEEEEE!!!" ou até a tia aparecer na varianda brigando, dizendo que tínhamos interfone... Hoje temos msn! Hoje não conheço ninguém do prédio, a não ser um vizinho, dois... mas não tem mais play...
Eram altos papos via gogófone, pique-bandeira, pique-pega, pique-inventado, primeira (talvez única) queda com patins - o que quase me rendeu um nariz quebrado!

Janela também eram todas aquelas que eu pulava lá em Alegre quando o portão estava fechado, ou a porta estava longe, ou quando a traquinagem falava mais alto, ou porque era... muro, cerca, nunca gostei muito de pular, mas uma janela... aaaah uma janela... ainda as pulo, devo confessar! Não as da minha casa, seria isso suicídio, nelas apenas sento pra ver a lua, as estrelas... Mas naquele tempo, eu olhava pra cima pra ver as núvens... aquela que parecia um ursinho, aquela que era um dragão ou um menino...

Coisas tão divertidas! =D
Ontem eu ia falar sobre fotos antigas que eu achei num dvd... tanta coisa, tanta cena, tanto momento, melhor parte é relembrá-los, tampar o rosto e dizer pra mim mesma "não acredito que fui capaz de falar assim, me vestir assim e sair na rua"... mas no fundo, eu bem que me divertia...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Então... tava procurando um envelope de papel, no auge do meu desespero a esta hora da noite e no entanto achei meu caderno do primeiro período da faculdade... nele continha um poema, que estranhamente achei legal. Estranhamente porque geralmente não gosto dos meus escritos depois que o momento passa. Enfim... pela sua localização no fim do caderno e o texto que vem antes, suponho ser de uns dois meses para o fim do período, talvez um. Arrisco que foi na aula do Nelson (TSP I)... bom, vai lá.


Tal como quero e deve ser, sou
Tanto e quanto tenho, temo
Temo tanto, contudo e sempre, que as vezes me perco
em meus medos, meus sonhos e eus desejos
Desejo o que posso e o que não devo
Como não devo, sou grata, e meus desejos: ingratos
Quem diz?
Quem me move?
Qual a força?
Onde se organiza?
Não me organizo, apenas sou, apenas sinto
Sentir, saber e ouvir, não são feitas por observação
Sem observar, sem ver, sem tocar, só se pode acreditar
E acredito não saber, não sentir e não sonhar
Sonho apenas o que penso, o que falo, o que desejo
Desejo que sou.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Sobre a distância do longe

Não importa se for o suficiente pra não te ter perto

Fotos



É uma só foto
De um presente
Um passado
Que guardarei para sempre.

É apenas uma foto
Uma imagem de um rosto
Talvez de um momento sem sentido
Ou algo que eu tenha perdido

É apenas uma imagem
Um momento congelado
Mas sinceramente,
Poderia me lembrar de você assim para sempre.
Dentro de mim mora uma vontade
Uma vontade que nem sei bem
Que tem teu nome, teu cheiro
Teu rosto, teu corpo

Dentro de mim mora um medo
Um medo que conheço bem
De que de repente não estejas mais
Tão perto, tão certo

Dentro de mim mora uma ideia
Uma ideia que quero bem
Mas o silêncio é sua sina
Pois temo, pois quero

Dentro de mim mora uma imagem
Uma imagem que me acompanha bem
Fico lembrando do teu rosto, teu sorriso
Tão seu, tão seu.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Devaneios mal sucedidos

Sabe, no fim das contas, eu gosto de devanear. Gosto de ver como um filme a cena que não tive coragem ou oportunidade de produzir... São tão mágicos! Vejo as vezes as declarações que não fiz, aquelas que não ouvi, ensaio emoções, reações, interações, supestições, indagações, imposições, e as tais declarações.

Aquelas declarações do tipo que você nunca sonha em fazer, da forma mais emocionante de todas (muito mais emociontante que as declarações feitas sob efeitos especiais de filmes de Hollywood) que nunca teria possibilidades de fazer, da forma mais bem sucedida possível (o sim mais bonito de ver e ouvir)... Dai você volta à realidade, e vê que não é nem capaz de olhar nos olhos dele enquanto conversam.

Claro que devaneios não vivem só de contos de fadas. Há simulações de brigas que poderiam ser desencadeadas se e somente se você dissesse que não concordava com o outro por motivo qualquer, ou se simplesmente tivesse tido coragem de xingá-lo e dar-lhe um ponta pé.

A questão, é que essas coisas [os devaneios] eliciam em mim respondentes de variadas topografias, algumas mais perceptíveis, outras mais controladas... Mas me causam respondentes.

Ótimo! Prestei atenção às aulas este semestre. E dai? Feliz? Não! Ainda falta mais. Porque todo comportamento criativo depende de contingências anteriores, aquelas que fazem parte da história de vida. Percebe-se aí que vários fatos descritos são baseados em contingências passadas, como um filme visto, um fato vivido no qual uma pessoa reagiu e causou uma briga (emocionante, diga-se de passagem).

Pois bem, o que desencadeou meu comportamento de escrever desta vez foi simplesmente um devaneio mal sucedido. Devaneio este apenas mal sucedido porque embuti nele estímulos aversivos, que definitivamente não gostaria de parear a estímulos que por ora me são reforçadores. Isso engloba todo aquele papo de história de vida que falei lá em cima e blá blá blá, que sem dúvida fica pra outra hora.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Horas

Hoje já não sei mais que horas são
São horas, sem hora
Sem vontade de ser
Sem vontade de estar...

Hoje já não sei mais que horas são
E não me importa
Pois a porta ainda está aberta
Mesmo que um tanto discreta discreta
E estou esperando você voltar

Hoje já nem sei mais que horas são
Se é tarde ou se é cedo
Do tempo não tenho medo
A não ser que ele fuja dos meus dedos

Hoje já não sei mais que horas são
Então corro parada,
Pra chegar ao meu destino
Que o camiho pede passagem


Hoje já não sei mais que horas são
Se a ti nenhum minuto eu dedico
Da minha paz eu abdico
Só pra voltar a lhe ver

Hoje já não sei mais que horas são
Mas toda manhã
Com um riso e uma prece
eu trago você pra perto.

Confessionário

Confesso que as vezes tenho medo
De gritar em meio a todos
De subir a pedra correndo
De cair no lago fundo

Confesso que ainda tenho medo
Medos que tinha de pequena
Que aprendi a minimizar
Mas as vezes maximizam-se

Confesso que as vezes tenho medo
De dizer tudo o que penso
De dizer tudo que sinto
De fazer tudo que quero

Confesso que ainda que o tempo passe terei medo
Medo de fazer juras falsas
Medo de errar a palavra escrita
Confesso que tenho medo de confessar na janela errada

segunda-feira, 7 de junho de 2010

As vezes fechos os olhos que é pra sonhar que você vem. Mas ah... aprendi na tal da psicologia que o sonho a gente bem não escolhe, é consenso que é uma atividade do nosso cérebro, baseada em nossa experiência, mas se é reflexo, fruto ou desfruto do desejo, ou se é uma rememoração dos fatos dos nossos dias, se é um comportamento como outro qualquer, ainda tenho minhas dúvidas. Só tento sonhar.

É realmente complicado não lembrar do sonho, não sei se sonhei contigo, se o sonho foi só comigo, se quer tenho a certeza de que sonhei. Aliás, dentre tantas coisas que dizem, dizem que o sonho vem toda noite, e é quando alcançamos o R.E.M.* que ele acontece. Bom, dae que eu tenho insônia, durmo tarde, acordo relativamente cedo... será que alcanço o R.E.M.? Pode ser que não, não sei.. muitas vezes ouso apostar que não, mas é apenas uma entre tantas teorias.

O problema maior de não chegar ao sonho no dia seguinte, é não saber jamais se sonhei ou não contigo. Sei lá... é algo que meio que se parece com a amnésia alcóolica, sabe? Não que eu tenha experiênciado, mas só de ouvir relatos... ou melhor, os não relatos! (risos) No mínimo é bastante estranho viver sem lembrar de ter vivido, beijar sem lembrar o sabor do beijo, tocar sem sentir de fato... não conseguir relatar... Não relatar pra todo mundo, relatar pra si, pros próprios conteúdos, pras próprias poesias... lembrar...

Por um segundo penso que seria muito legal lembrar de tudo, não a ponto de deixar meus pensamentos em pane, mas lembrar dos momentos, das coisas, do que deveria ser lembrado, como que o dentista é na quinta, e não na segunda!

Mas ainda me questiono: Será que sonho com você quando fecho os olhos?
Penso que os devaneios são mais garantidos... afinal, devaneios são para mim formas de sonhos lúcidos, sonhos que eu posso intervir, bem, minha imaginação. E com certeza, devaneios podem ser mais divertidos.


* ou rapid eye movement (movimento rápido dos olhos)

domingo, 6 de junho de 2010

Confusão a dois

Se nada acontece por acaso,
Seria tudo pela força do descaso?

Desconfio, meu caro...
Desconfio.

Mas confio na verdade
Verdade ou vontade?

Ah... tanto faz.
Só que de tanto fazer, desfaz.

Tem sentido
Claro que faz, afinal, o que tá sentindo?

Acho que dor... dor na nuca
Dor nunca!

Ah... então saúde!
Deus te crie sem saudade.

Sem saudade? Impossível!
Tudo é possível

Não entende...
Nem sequer compreende.

É analfabeto?
Podia ao menos ser discreto.

Ser discreto é fingir que tá tudo bem?
Não disse que há algo errado...

Então tá tudo certo!
Desculpa se não fui esperto.

Tá desculpado
Neste caso, então você é o culpado!

Mas será o Benedito?
Deixa o santo pra depois, que esse papo tá esquisito!

Neste caso traga o santo
Pois com ele me garanto.

Pra mim já chega!
Peça a conta e mais uma cerveja.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

E onde eu vou agora,
Se meu caminho não tem mais fim
Se meu destino já não tem volta
E se minha mão não tem mais a sua?

O que fazer se o que nos juntou foi o que separou,
Se a alegria virou tristeza
E se o nós virou eu e você?

Pra onde seguir se perdi o rumo
No mesmo segundo que viraste as costas,
Se a madrugada é fria
E não te tenho mais pra esquentar meus pés
e acalorar meus pensamentos?

Qual será o caminho
Se os passos se apagaram na areia,
E a cidade nos rodeia,
Num monte de carros e prédios
que não nos deixam chegar perto?

Se o lugar separado
É o lugar do abraço,
E é onde eu quero estar...

O que fazer se o pretérito não é perfeito,
Se o futuro mais perfeito
É o futuro do pretérito?

O que fazer,
Se tudo o que eu queria
Era ser
Aquilo que não posso ter?