domingo, 27 de dezembro de 2009

Avise, se puder nossos amigos, que eu não vou mudar.
Em todos os lugares que você estiver, eu vou estar.
Perto de você, eu não pude ficar.
Tente não me esquecer. Eu ou tentar sempre te amar.

(Bromélias - Bidê ou balde)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O que eu posso fazer se não vejo mais a sinceridade nas suas palavras?
O que eu posso fazer se não sei como recuperar o que está trincado, se já tentei consertar e colar as rachaduras, que teimam em se fazer maiores?
Não sei o que aconteceu comigo este ano - começo a fazer o momento retrospectiva de todo ano - mas tenho certeza que já fui melhor quando o assunto era perdão. :|

Sentia que antes era tão mais fácil fazer passar... era só escrever, por pra fora de um jeito qualquer e pronto. Mas não tem sido simples assim, aliás, nada mais tem sido simples. É que eu sempre preferi depender só de mim para fazer acontecer, então eu decidia que passou e pronto. Agora eu me importo com o que o outro lado faz.

Não o que o outro lado fez para, mas o que fará por. Fiquei dois meses sem falar com uma pessoa de minha estima, simplesmente porque não havia nenhum movimento por, por parte dela. Primeiro: sim, a possibilidade de contato era diária; segundo: "ohhh, mas se passou-se dois meses, você não fez nada por também!". Fato, o problema foi quem fez por todos os outros dias antes dos dois meses, e os dias que se sucederam o que veio depois da quebra de gelo de dois meses. Só uma tentativa de tentar me convencer que de alguma forma a importância é recíproca, e é só isso que tenho buscado encontrar. A importância que vem do outro lado.

Isso é meio frustante as vezes. A gente procura a importância que alguém dá a você, e percebes que és tratado como aquela pessoa que "vou recorrer quando ninguém mais está para mim", de forma extremamente descarada, e como mostra que as decisões que envolvem a sua pessoa, são sempre mais difíceis e problematizada que as que envolvem os demais. Uma vida pra escolher o que refere-se a você, um convite alheio pra desmoronar todo o planejamento.

Talvez a frequência de determinados comportamentos tende a fazer com que o outro habitue-se a, e deixe de responder da forma esperada, no entanto, eventos totalmente aversivos possibilitam o surgimento de comportamentos de contra-controle, como forma de reagir ao que lhe é aversivo. Acho que o que aconteceu foi isso. Cansei de aceitar de pronto e fazer parecer que está tudo bem. Antes preciso sentir que está tudo bem, e tal conforto só pode vir quando demonstra-se que o problema tem importância sim, e que a solução só pode ser encontrada juntos.

Lembra de tudo o que está trincado lá do início? Pois é, sempre há um rolo de fita adesiva quando há mais de um par de mãos para remendar, ou construir um novo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

De volta à Rua do Vintém

Doze anos depois, cá estou eu num colchão no centro da sala daquele apartamento da Rua do Vintém. Naquela época eu era a caçulinha da casa, hoje sou a madrinha, o bebê resmunga em seu bercinho no antigo quarto de seu pai, que por mais duas horas cochilará no quarto que era de minha mãe.

Eu estou aqui, novamente no centro da sala, mas não tenho mais 7 anos, muito menos 6. As cortinas não são mais de renda, e meu imaginário infantil não vê mais bichos formados pelos recortes das rendas, mas a rua ainda é a mesma, e as contingências me fazem [emitir o comportamento de] lembrar. Poderia ficar aqui escrevendo e escrevendo as histórias do meu passado, as brincadeiras no play, as cabaninhas no sofá, os presentes de papai Noel na varanda, meu primeiro diário, minha queda de patins; mas hoje, só quero lembrar que me encontro deitada num colchão no centro da sala daquele apartamento na Rua do Vintém, e que amanhã ao levantar-me, deverei guardar o colchão no quarto dos meus tios (antigo quarto dos meus pais).

PS: o colchão está no mesmo lugar que outr'ora eu dormia todos os dias.

PS2: Ah... dormi antes de apertar o publicar... =/

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Estou me sentindo em falta com meus pensamentos.
A parte ruim disso é que pensamentos atrasados não tem o mesmo furor da hora que nascem, mas... vá lá!

Há uma música que eu gosto muito, que tem um verso assim "outra criança adulterada pelos anos que a pintura escondia", essa frase sempre foi muito forte pra mim, principalmente quando tinha meus 15, 16 anos, e ousava usar pinturas para ir ao colégio, sim, eu demorei a parar de me sentir criança, até porque, em termos práticos, tirando alguns conceitos de desenvolvimento, não vejo lá taaaaaanta diferença entre criança e adolescente, mas mesmo que sentisse, acho que criança, nessa música diz respeito a um ser muito jovem tentando se passar por mais velha.

Sempre pensei naquelas garotas que carregam seus rosto de corretivo, base, pó, blush, lápis, sombra e batom, tentando burlar o segurança da boite, mas nunca tinha pensado nas outras formas de adulteração... Mas de repente, me vi observando minhas primas mais novas, e traçando um comparativo entre elas e seus círculos de amizade e minha mesma idade e meus círculos de amizade. Custo a aceitar a diferença dos 3 ou 5 anos que nos separam.

Acho um absurdo discrepante quando pessoas bem mais velhas (tipo tias, pais, avós) tentam, de uma forma agressiva, dizer que a juventude hoje está desencaminhada, que todo mundo é pervertido, que há 30, 40 anos atrás não era assim, moça direita não mostrava nem o tornozelo, decote era motivo de escândalo. Claro, era costume daquela época, e hoje os tempos mudaram. Ok.

Mas eu venho dizendo o que era três anos atrás e hoje não é!

Está na moda as festas a fantasia - particularmente eu acho um máximo! - e esava observando um certo álbum de uma festa a fantasia... como disse uma amiga minha, não me espantaria se me dissessem que a fantasia de uma determinada garota fora adquirida num sexshop! Fiquei um bom tempo olhando para aquela fantasia, bestificada, me perguntando qual a necessidade de alguém usar numa festa "pública" uma fantasia composta por um topezinho (daqueles que terminam na base da mama e ainda tem a coragem de ter um recorte em forma de decote), que de tão curto tinha a audácia de ter mangas compridas! E uma saia que se não fosse o "bom-senso" da menina, deixaria à mostra a polpinha da bunda!

Ahhh! Que isso!! Você está sendo retrógrada, mó tiazona você! As moças hoje em dia são pra frente mesmo... Não, não estou falando de uma moça. Estou falando de uma adolescente de 14 ou 15 anos. Uma dessas crianças adulteradas pelos anos que a vestimenta escondia.

E mais uma vez eu pergunto: E a mãe dessa menina, onde está? Não viu o tipo de roupa que a filha pretendia usar numa festa? Pagou por algo que nem sabia sobre o que se tratava? Realmente sinto que noções de cuidado estão distorcidas...

Mas se a mãe foi permissiva ou se a menina burlou a mãe, não me interessa, sei lá, mas eu me sentiria totalmente desconfortável indo à uma festa em trajes assim, tanto é que ainda hoje, se saio para dançar - a não ser que seja uma dança que a saia (comprida) seja necessária (ex: forró *-*) - eu uso calça jeans, que são tão mais confortáveis no quesito "sinta-se a vontade!"...

Essas meninas são as mesmas que com 10/11 anos pararam de brincar de barbie e foram correndo atrás do primeiro beijo, e que aos 12 anos levavam seu primeiro namorado pra família conhecer (claro, a família achou o máximo) e que sabe-se lá com qual novidade aparecerá aos 16/17.
Sinto que são etapas queimadas, e que vão contra aquilo que minha estimada mãezinha sempre me ensinou: tudo ao seu tempo... e cada vez mais, crianças adulteradas...

Posso ter excedido meu direito ao moralismo nesse post, mas estava intalado aqui.