sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sobre o uso de perfumes


Pra começar, já aviso que muito me agradam as pessoas que se perfumam, principalmente as do outro sexo.

Talvez seja um pouco forçado afirmar que as essências revelam a personalidade das pessoas, ou coisas do tipo, ou pelo menos não tenho tamanha sensibilidade. Mas alguma coisa me vem quando sinto as fragrâncias emaranhadas à pele das pessoas. Algumas simplesmente me atraem pelo seu cheiro, outras me causam repulsa.

Mas o que quero dizer neste momento, é sobre o uso desmedido deste artifício, tratando aqui daqueles [e aquelas], que todos os dias, antes de sair de suas casas, tomam banho de perfume. Proponho aqui dois porquês:

Primeiro: acredito que os perfumes devem ser apreciados de perto, à distância de um toque, um abraço, uma carícia, não a três metros de distância! O cheiro deve no futuro fazer menção a uma pessoa específica, não a probabilidade de pessoas ou transformar-se no cheiro ambiente. Mais importante, é fazer ter certeza de que o aroma permanecerá em seu dono e sob hipótese alguma deverá permanecer em terceiros como algo além de uma lembrança. Trato portanto da sutileza do perfumar. Perceba como é eficaz frases do tipo "aproxime-se, deixe eu sentir teu perfume", ou "gosto de te abraçar pra sentir o teu cheiro"... é em contexto semelhante que o Rastapé mostra como é malandrinha a pessoa que sabe usar um perfume
"Moreno me convidou para dançar um xote
Beijou o meu cabelo cheirou meu cangote
Fez meu corpo inteiro se arrepiar
Fiquei sem jeito e ele me acolheu junto ao peito
E foi nos braços desse moreno
Que eu forrozeei até o dia clarear"

Se a senhorita tivesse com um perfume que fosse percebido à distância, de repente teria perdido a oportunidade de se achegar ao moço que lhe fora tão carinhoso...

Segundo: acredito que feromônios artificiais não devem anular os feromônios naturais. O aroma suave de uma fragrância agradável deve na verdade ser um convite a sentir-se o odor natural, fixo na pele, assim, tornar-se-ia muito mais fácil reconhecer um parceiro em potencial.
Ou mais! Segundo estudos, uma criança (bebê) pode acalmar-se ao cheirar uma peça de roupa materna e agitar-se caso a peça não pertença à sua mãe.

Agora, se nada disso convence, pense apenas na poluição olfativa. Imagine se todos resolvessem usar todo o vidro do seu perfume favorito de uma só vez [e todos na mesma ocasião] e saísse às ruas.

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