segunda-feira, 14 de junho de 2010

Devaneios mal sucedidos

Sabe, no fim das contas, eu gosto de devanear. Gosto de ver como um filme a cena que não tive coragem ou oportunidade de produzir... São tão mágicos! Vejo as vezes as declarações que não fiz, aquelas que não ouvi, ensaio emoções, reações, interações, supestições, indagações, imposições, e as tais declarações.

Aquelas declarações do tipo que você nunca sonha em fazer, da forma mais emocionante de todas (muito mais emociontante que as declarações feitas sob efeitos especiais de filmes de Hollywood) que nunca teria possibilidades de fazer, da forma mais bem sucedida possível (o sim mais bonito de ver e ouvir)... Dai você volta à realidade, e vê que não é nem capaz de olhar nos olhos dele enquanto conversam.

Claro que devaneios não vivem só de contos de fadas. Há simulações de brigas que poderiam ser desencadeadas se e somente se você dissesse que não concordava com o outro por motivo qualquer, ou se simplesmente tivesse tido coragem de xingá-lo e dar-lhe um ponta pé.

A questão, é que essas coisas [os devaneios] eliciam em mim respondentes de variadas topografias, algumas mais perceptíveis, outras mais controladas... Mas me causam respondentes.

Ótimo! Prestei atenção às aulas este semestre. E dai? Feliz? Não! Ainda falta mais. Porque todo comportamento criativo depende de contingências anteriores, aquelas que fazem parte da história de vida. Percebe-se aí que vários fatos descritos são baseados em contingências passadas, como um filme visto, um fato vivido no qual uma pessoa reagiu e causou uma briga (emocionante, diga-se de passagem).

Pois bem, o que desencadeou meu comportamento de escrever desta vez foi simplesmente um devaneio mal sucedido. Devaneio este apenas mal sucedido porque embuti nele estímulos aversivos, que definitivamente não gostaria de parear a estímulos que por ora me são reforçadores. Isso engloba todo aquele papo de história de vida que falei lá em cima e blá blá blá, que sem dúvida fica pra outra hora.

0 olhar(es):