quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Qual será o teu medo? É sério! Fico me perguntando, horas e horas, dias e dias. Parada. Imóvel. Inerte.

Olho fundo nos teus olhos, tento abrir minha boca, perguntar, mas o esforço é grande, a luta contra meus músculos é pesada, meus lábios se separam, então é a vez da minha lingua ficar presa. Forjo um suspiro e penso na pergunta: "Qual será o teu mistério?"

Esse olhar profundo, apontado ao nada, como se quisesse sempre dizer algo, mas não consigo saber o que é. Qual será o teu segredo? A face incrédula, como se estivesse sempre diante alguém que mente.

Conheço teu corpo em cada uma de suas minúcias, o peso do teu toque, o calor de tuas mãos. No entanto, não consigo saber qual será o teu desejo.

Passa-se uma manhã, a tarde foge, e novamente vem a noite, quando novamente paro e pergunto: "Qual será o teu encanto?" Por que te cercas de pessoas mil, de sorrisos e abraços e beijos acalorados, mas percebe-se num vazio tal que até tua própria alma se esvai?

Qual será o teu amor? Se lutas contra si o tempo inteiro, e sugere a força que vem do mundo, para sustentar o que é teu. E só teu.

Qual será tua magia? O que te tornas tão capaz de seduzir e enfeitiçar, somente por existir, sem nada oferecer, sem nada querer? E arrasta consigo multidões fiéis e devotas, por onde quer que ande.

Qual será a pergunta a ser feita? Caso tenha direito a uma só resposta, ao me jogar no mistério dos braços teus, ao encarar o segredo desses olhos, quando me perder nesse medo, tão encantador.

Qual será a resposta que quero ter, caso teus lábios também se separem e sua língua possa se mover?

Então percebo que ainda estou parada, sem nada fazer, sem nada a dizer, só pensando. Então saio da frente do espelho e sigo meu caminho...

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