sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Estou me sentindo em falta com meus pensamentos.
A parte ruim disso é que pensamentos atrasados não tem o mesmo furor da hora que nascem, mas... vá lá!

Há uma música que eu gosto muito, que tem um verso assim "outra criança adulterada pelos anos que a pintura escondia", essa frase sempre foi muito forte pra mim, principalmente quando tinha meus 15, 16 anos, e ousava usar pinturas para ir ao colégio, sim, eu demorei a parar de me sentir criança, até porque, em termos práticos, tirando alguns conceitos de desenvolvimento, não vejo lá taaaaaanta diferença entre criança e adolescente, mas mesmo que sentisse, acho que criança, nessa música diz respeito a um ser muito jovem tentando se passar por mais velha.

Sempre pensei naquelas garotas que carregam seus rosto de corretivo, base, pó, blush, lápis, sombra e batom, tentando burlar o segurança da boite, mas nunca tinha pensado nas outras formas de adulteração... Mas de repente, me vi observando minhas primas mais novas, e traçando um comparativo entre elas e seus círculos de amizade e minha mesma idade e meus círculos de amizade. Custo a aceitar a diferença dos 3 ou 5 anos que nos separam.

Acho um absurdo discrepante quando pessoas bem mais velhas (tipo tias, pais, avós) tentam, de uma forma agressiva, dizer que a juventude hoje está desencaminhada, que todo mundo é pervertido, que há 30, 40 anos atrás não era assim, moça direita não mostrava nem o tornozelo, decote era motivo de escândalo. Claro, era costume daquela época, e hoje os tempos mudaram. Ok.

Mas eu venho dizendo o que era três anos atrás e hoje não é!

Está na moda as festas a fantasia - particularmente eu acho um máximo! - e esava observando um certo álbum de uma festa a fantasia... como disse uma amiga minha, não me espantaria se me dissessem que a fantasia de uma determinada garota fora adquirida num sexshop! Fiquei um bom tempo olhando para aquela fantasia, bestificada, me perguntando qual a necessidade de alguém usar numa festa "pública" uma fantasia composta por um topezinho (daqueles que terminam na base da mama e ainda tem a coragem de ter um recorte em forma de decote), que de tão curto tinha a audácia de ter mangas compridas! E uma saia que se não fosse o "bom-senso" da menina, deixaria à mostra a polpinha da bunda!

Ahhh! Que isso!! Você está sendo retrógrada, mó tiazona você! As moças hoje em dia são pra frente mesmo... Não, não estou falando de uma moça. Estou falando de uma adolescente de 14 ou 15 anos. Uma dessas crianças adulteradas pelos anos que a vestimenta escondia.

E mais uma vez eu pergunto: E a mãe dessa menina, onde está? Não viu o tipo de roupa que a filha pretendia usar numa festa? Pagou por algo que nem sabia sobre o que se tratava? Realmente sinto que noções de cuidado estão distorcidas...

Mas se a mãe foi permissiva ou se a menina burlou a mãe, não me interessa, sei lá, mas eu me sentiria totalmente desconfortável indo à uma festa em trajes assim, tanto é que ainda hoje, se saio para dançar - a não ser que seja uma dança que a saia (comprida) seja necessária (ex: forró *-*) - eu uso calça jeans, que são tão mais confortáveis no quesito "sinta-se a vontade!"...

Essas meninas são as mesmas que com 10/11 anos pararam de brincar de barbie e foram correndo atrás do primeiro beijo, e que aos 12 anos levavam seu primeiro namorado pra família conhecer (claro, a família achou o máximo) e que sabe-se lá com qual novidade aparecerá aos 16/17.
Sinto que são etapas queimadas, e que vão contra aquilo que minha estimada mãezinha sempre me ensinou: tudo ao seu tempo... e cada vez mais, crianças adulteradas...

Posso ter excedido meu direito ao moralismo nesse post, mas estava intalado aqui.

2 olhar(es):

Jordana Diógenis. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jordana Diógenis. disse...

May, bom ler isso aqui e ver que não sou a única a pensar assim.
tb me assusto ao ver que são 3 anos que separam uma geração da outra.
as crianças estao cada vez mais bizarras com suas muitas cores, suas sandálias anabelas, seus celulares e seus papos cabeça.
argh, q coisa horrivel.

para mim, as pessoas estão cada vez mais infelizes. crianças q tem muita coisa, são birrentas, chatas...
é papo meio careta, é sim.
mas não jogo a culpa na 'juventude' perdida, que nem esses papos de velho q se acham. sou mais a minha juventude louca e bem vivida do q essas crianças q brincam de seu adulto.

aah, é muita gente chata no mundo, isso é fato!