sexta-feira, 6 de outubro de 2006


Sabe, nem mesmo eu sei o que eu quero fazer quando insisto em pensar em você, e por causa disso dizer a todos e mesmo a mim, que não vou mais pensar, que vou deixar que você se vá...
Não, eu não sou capaz. Não sou capaz de te esquecer, nem de não torcer para que chegue logo o dia de te ver...
Será que é querer demais? Será que é me atirar cedo de mais a uma paixão, a um impulso sendo que eu esperei tanto tempo para saltar.
De forma alguma quero estar de corpo e alma, mas quero ser feliz, quero estar feliz.
Não quero passar o dia esperando a noite chegar, e nem passar a noite esperando pelo próximo dia, para em fim chagar ao fim de semana e começar tudo de novo na segunda...
De que adianta viver assim?
De que me serve viver se a vida não tem sentido algum, se depois de uma longa jornada a gente passa o fim da eternidade em matéria dentro de um caixão?!
Já disse uma vez em meus escritos, viver é um erro, e estou fardada a errar para sempre...
Meu anjo está brincando nas nuvens essa semana, acho que foi se encontrar com o Dudu... Porque que ele não veio aqui me buscar? Só um dia... Só queria passar uma tarde com ele, pra ver seu rosto novamente, perguntar como ele está, se estão tratando bem dele lá no setor supremo, mas eu sei que não posso passar somente uma tarde com ele, uma tarde seria igual a eternidade, e não quero me tornar eterna neste momento...
Gostaria de tentar primeiro, ser mais ousada - ou não, ser mais criativa, ser mais humana, curtir mais as coisas antes de fazer a longa viagem... Dizem que os jovens não deveriam pegar a longa estrada, e neste momento eu concordo, mas não sei desde quando eu penso assim, ou até quando pensarei...
Antes ainda queria ter a respostas de várias perguntas, das mais importantes, como qual é o sentido da vida, qual é a moral da morte, o que é o amor, até onde ele é capaz de ir, até onde ele vale a pena, como se mede o amor, como o divide, e tantos outros como mais...
Mais uma vez uma sexta feira a noite sozinha em casa me fez pensar, e eu pensei muito, ou talvez nem tanto assim, e penso que pensei em vão, que deveria ter continuado com meu ato mecânico de cortar, passar canetinha, cortar, colar, desenhar, para agradar minha mãe, mas qual o sentido disso?
Tenho todo o tempo do mundo por enquanto, não há motivos para correr, e não quero correr, o programa da TV não me satisfaz, a música se mistura com as ondas do vento e mal chegam aos meus ouvidos poucos centimetros longe da caixa de som...
Meus dedos já decoraram a posição das letras no teclado, de tanto baterem nelas, pobres coitadas, que sofrem a mercê da amargura de quem as manuseia. Pelo menos não têm terminaçãoes nervosas, não sentem dor, não sentem amor, não sentem ódio, não têm vontade de chorar, não têm fome ou sede.
Sua existência está definida, ajudar aos seres que não têm existência definida a esporem suas idéias, suas dúvidas, seus trabalhos, suas lamentações...
Ainda não sei qual o motivo de estar escrevendo isso tudo numa via pública, ainda mais porque da ultima vez que eu fiz isso não deu muito certo, mas sei que ninguém vai ler, e que ninguém vai dedicar um minuto de seu tempo com os problemas, ou dúvidas, ou preocupações com os problemas dos outros, uma vez que estão tão preocupados, imersos em seus próprios problemas.
E é isso que eu deveria fazer, parar de me preocupar com os meus problemas e me preocupar com os problemas que vou arranjar se não me ocupar dos poblemas que os outros me impõem.

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