sábado, 31 de março de 2012

O amante

Escritos antigos, que não existia aqui. Que está perdido em algum lugar. Que apertou meu coração. Postarei os trechos que reproduzi numa ocasião que foi muito, muito importante pra mim, para ter a certeza de que ao menos isso, não perderei.

"(...) Não deveria ser, nem existir, mas era. E estava presente ali, onde eu estava, da forma que eu estava, e onde era invisível, eu o vi.
(...) Mas era frase solta, articulada, quente, fria, e era o silêncio. Era uma lembrança gostosa nas noites de segunda-feira, um cheiro suave na hora de dormir. Era um sorriso numa tarde distraída, uma vontade de estar perto.
Tinha as manias mais bonitas que eu já vi.
(...) Era uma crise de ausência, seguida de uma crise de abstinência e então o reencontro (...) Um abraço que só tinha espaço para um calor, uma atenção que se voltava para uma só direção (...)
Ele tinha uma face que não podia ser vista. E eu não podia dar provas de sua existência, mas podia provar da existência, da pele macia, do gosto suave. Podia hipnotizar-me naqueles olhos que me encantavam, e que eu sabia, podia me perder, mas por nada neste mundo, queria trocar a aventura de não ter mais o caminho de volta (...)
Era a capacidade [que eu sabia ter] de ficar horas parada, só olhando o que ninguém mais via; e era saber sentir o que ninguém mais sentia; e ficar horas esperando um minuto; e ficar pensando no que dizer, quando nada mais fazia-se necessário além do silêncio. Era uma vontade louca de possuir, consolada pela certeza do ter.
Era guerra, era paz, era calor, era amor."

... E então não era mais nada.

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