quarta-feira, 14 de setembro de 2016

É preciso dar vazão aos sentimentos!

Eu me lembro de cada olhar, de cada gesto e cada palavra. Lembro como você articulava essas três coisas e lembro como meu olhos brilhavam e o sorriso vinha fácil. Eu acreditava nas suas palavras e me sentia plena.

Nunca duvidei da sinceridade de suas palavras, mas me questiono sobre o valor da sua intensidade. Já não sou inocente de acreditar numa força igual que vai e volta. Não... Cada um dá aquilo que tem e como se sente melhor para fazê-lo. Eu, por exemplo, sou daquelas que se tivesse mais alma pra dar, daria. Nunca tive medo de declarar meus afetos e dá-los por completo. Não deixo que o orgulho seja maior que a vontade que sinto. Hoje vejo que muito do que foi dito ficou jogado ao vento.

Pois lembra como eu me envolvia em seus braços e ali, apoiada no seu peito eu dizia ter encontrado meu lugar no mundo? Você parecia gostar de ouvir isso e eu me sentia segura ao me encontrar ali. Era aquela sensação gostosa de não importa o que mais fosse, eu estava ali, onde e com quem mais importava. Acontece que um dia você foi embora, não que eu não soubesse que um dia fosse acontecer, mas era daquelas coisas que a gente acha que só vai acontecer muito tempo depois, porque tudo até ali não fora suficiente ainda. Bem, você foi embora, mas meu lugar no mundo continuou sendo ali, e pra mim estava sempre bom (mesmo o ali já não sendo tão mais ali), até que um dia eu percebi que eu era uma "sem-teto" no lugar que eu escolhi viver,

De uma hora pra outra, a água da chuva, que sempre foi o meu brinquedo, se tornou uma tempestade e eu não tinha onde tomar um banho e tomar um chocolate quente. Eu estava ali, buscando meu lugar no mundo e me percebi ao relento. Foi difícil fugir do meu lugar no mundo. Hoje vivo sob o teto de um lugar que não é meu, mas quando vem a tempestade em minha vida, me sinto protegida.

2 olhar(es):

Jordana Diógenis. disse...

Voltamos, eu e você, junto da Primavera?
rs

Jordana Diógenis. disse...

Alheia a qualquer análise, gosto de como vc descreve os parágrafos simples da vida, que escrevemos com os outros...

Este em especial falta fôlego!